Polinésia Francesa – Taha’a


Continuando nossa viagem pelo Pacífico Sul com o MS Paul Gauguin, a próxima parada foi na ilha de Taha’a na Polinésia Francesa.




Taha’a, com cerca de 5.000 habitantes, é conhecida como a Ilha da Baunilha. Produz cerca de 80% da baunilha de toda a Polinésia Francesa, que dizem ser a melhor do mundo, uma variedade que só se encontra por lá e também a mais cara. A ilha divide o mesmo lagoon com Raiatea, outra ilha do Arquipélago da Sociedade. Sua população vive basicamente da agricultura. Essa pequena ilha oferece poucos locais para hospedagem sendo, justamente por isso, um excelente refúgio para relaxar. É em Taha’a que fica a ilha particular da Paul Gauguin Cruises. Entrar pelo lagoon de Taha’a é uma experiência belíssima! Mas como nem todo mundo acorda cedo para ver o navio navegando em direção à ilha, uma outra experiência, igualmente magnifica é observar a saída, quando estiver deixando Taha’a em direção a Moorea, durante o pôr do sol. Não há serviço público de transporte, não há táxis e nem locadoras. A ilha também é conhecida pela produção de pérolas negras. De Taha’a dá para ver Bora Bora ao longe.

Em Taha’a o Paul Gauguin não oferece o serviço contínuo de tender do navio até a ilha, porque não há o que se fazer na ilha. Só levam para a ilha os passageiros que forem fazer passeios. Às 10h15min sai o primeiro tender para o Motu Mahana, a praia particular do Paul Gauguin. Inicialmente, o tender sai a cada 15 minutos, até que a grande maioria dos passageiros já tenha se deslocado para a ilha. Após, começam a operar a cada 30 minutos até o último tender, que parte às 16h30min, do Motu para o navio.



Em Taha’a fizemos o passeio “Taha’a Cultural Tour”. Pegamos o tender para a ilha, onde embarcamos mais uma vez no “Le Truck”, mais rústico que o de Bora Bora, com bancos de madeira ao invés de cadeiras.

O guia passou bastantes informações não só de Taha’a como de toda Polinésia Francesa.



Nossa primeira parada foi para ver os cocos secando ao ar livre. O coco cresce em abundância nessa região. Ficamos parados no local, dentro do ônibus e o guia explicando todo o processo de secagem.

O guia falou, brincando, que descansar sob um coqueiro pode ser mais perigoso que tubarões. Um coco caindo em sua cabeça pode ser fatal. Um coqueiro pode produzir os frutos por 45 anos. Depois de tirada a massa do coco, coloca-se em uma secadora bem rudimentar para desidratar e ficar secando ao ar livre por cerca de 7 dias. A engenhoca tem uma cobertura, que corre sobre trilhos e quando chove, essa cobertura é colocada sobre os frutos para proteger o produto. Depois de desidratado, o coco é embalado em sacas de 25 kg e, segundo ele, vendido para o governo. Ele admite que o coco da região é comprado por preços altos. A média mundial é 40 Francos Polinésios o quilo de coco seco. Na Polinésia Francesa eles vendem por 140 FPS. Agindo assim o governo incentiva que o produtor fique na sua própria região, fazendo com que ache vantajoso viver do cultivo do coco e não queira migrar para outras ilhas, ou mesmo para fora do país, em busca de melhores oportunidades. O coco também é enviado para o Tahiti onde há uma fábrica de óleo de coco. Desse óleo, 80% é enviado para a França, onde os grandes fabricantes de cosméticos como a L’Oreal têm preferido usar este óleo, no lugar do de palma, mais prejudicial para a saúde e para a natureza. Os outros 20% ficam no país. Os polinésios usam o óleo de coco para hidratar pele e cabelo.

O óleo de coco também é usado como combustível. Ele disse que no Atol de Tetiaroa, que pertence à família de Marlon Brando e onde fica o Resort seis estrelas The Brando, comprometido com a natureza e sua sustentabilidade, eles usam o óleo de coco como combustível durante o período das chuvas, uma vez que utilizam a energia solar em suas instalações. Há somente duas estações do ano na Polinésia: a seca (que vai de maio a novembro) e a chuvosa, nos outros meses. Nos meses de pouca luz solar, o The Brando faz uso de geradores que são alimentados por óleo de coco ao invés de diesel. Na Polinésia o coqueiro é utilizado em sua totalidade. Vendem o coco sem a casca para fazer leite de coco. As folhas do coqueiro, quando caem são colocadas por uma noite na água do mar, depois de secas são dobradas e vendidas para os resorts que a utilizam para fazer o telhado dos bangalôs. O tronco é usado como madeira na construção. Nada se perde. Como o tempo de vida do coco é de mais de 40 anos, ele disse que aqueles são, provavelmente, os pés plantados pelos pais dos atuais produtores e já antes de atingirem a maturidade e caírem, novos pés são plantados, pois assim a produção não para.


Nossa próxima parada foi na cooperativa de produtores de baunilha. Depois de uma longa explanação sobre a produção e várias curiosidades, passamos na loja onde encontramos muitos produtos de baunilha e de coco. A parte alta do passeio foi a fruta pão frita que eles nos ofereceram como petisco – uma delícia!







Saímos de lá e fomos direto para a fazenda de pérolas negras - 'Motu Pearl Village', cuja apresentação foi feita pelo nosso guia. O lugar é bem arrumado. Aliás Taha’a é mais bonita e arrumada em todos os sentidos em relação a Bora Bora.









Depois pegamos um barco que iria nos deixar no Motu Mahana, onde almoçaríamos o famoso churrasco do Paul Gauguin. E quem estava guiando o barco? Nosso guia que, batia o córner e cabeceava. O percurso da ilha até o Motu também rendeu belas fotos.






O Motu Mahana é um lugar simplesmente incrível! Eles levam toda a estrutura do navio para lá! Impressionante! O churrasco começa a ser servido por volta de 12h. E estava maravilhoso! Tudo muito organizado, num ambiente paradisíaco! Um verdadeiro sonho de lugar. A ilhota tem mesas com ombrelone que abrigam de 6 a 8 pessoas. Tem chaise de praia e vendedores locais vão para a ilha e montam barraquinhas onde vendem cangas, óleo de coco, bijuterias, baunilha embalada a vácuo e vários tipos de artesanato. Aceitam dólares americanos.

O bar flutuante é a sensação do local! Na verdade, nada mais é do que uma boia gigante, decorada com folhagens, onde o bar tender coloca inúmeras bebidas e serve os passageiros na água.

A comida estava muito boa! Tudo ótimo! Encontramos o pessoal do Brasil, que estava reunido para o brinde em comemoração aos 40 anos de casamento de um casal de São Paulo. Brindamos com champanhe e fizemos muito barulho. Tiramos fotos de todos do grupo e aproveitamos a praia, onde recomendam o uso de “reef shoes” pois tem muitos ouriços do mar. Eles chegam cedo para retirar vários dos ouriços para evitar acidentes, mas é impossível retirar todos. Durante um mergulho vimos alguns. São enormes! E a praia é ótima!








No fim da tarde retornamos para o navio que partiria para a nossa próxima parada – Moorea. Quando o navio partiu de Taha’a presenciamos um belíssimo pôr do sol





No próximo post continuaremos a falar da Polinésia Francesa. Até lá!





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